terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


    «Um olhar experimentado nunca se engana ali. Nesses traços, rígidos ou abatidos; nesses olhos profundos e ternos, ou brilhantes dos últimos relâmpagos da luta, nessas rugas fundas e numerosas, nesses passos tão lentos ou tão sacudidos, ele decifra imediatamente as inúmeras legendas do amor enganado, da devoção mal correspondida, dos esforços recompensados, da fome e do frio humildemente, silenciosamente suportados.»


Charles Baudelaire. O Spleen de Paris. Pequenos poemas em prosa. Tradução de António Pinheiro Guimarães. Relógio D'Água, Lisboa, 1991.,p.37/8

Sem comentários:

Enviar um comentário

Powered By Blogger