domingo, 9 de outubro de 2011

«Voltei os olhos para os teus, minha bem-amada, para neles ler o meu pensamento; e mergulhei nos teus olhos tão belos e tão estranhamente doces, nos teus olhos verdes, habitados pelo capricho e inspirados pela Lua, quando tu disseste: «Essa gente é-me insuportável com os seus olhos abertos como portas de cocheiras! Não podias pedir ao chefe dos criados para os afastar daqui?»
   Como é difícil o entendimento mútuo, meu querido anjo, e como o pensamento é incomunicável, mesmo entre pessoas que se amam!»


Charles Baudelaire. O Spleen de Paris. Pequenos poemas em prosa. Tradução de António Pinheiro Guimarães. Relógio D'Água, Lisboa, 1991.,p. 78

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