sexta-feira, 22 de março de 2013

AVES CLANDESTINAS


Há aves de quem nos queremos lembrar
ou que nunca vimos, aves desempossadas
cobertas por campanários de literatura

Aves clandestinas numa curva adjacente
imponderadas pelo desgaste das palavras
como veias carregadas de tinta subversiva

Aves que espalhavam ideias como sangue
e escondiam tipografias por turnos
na encenação decisiva dos incêndios


Tiago Patrício. O Livro das Aves. Edições Quasi, 2009,.p. 42
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