quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Reflexos

Olho-te pelo reflexo
do vidro
e o coração da noite

E o meu desejo de ti
são lágrimas por dentro,
tão doídas e fundas
que se não fosse:


                         o tempo de viver;
                         e a gente em social desencontrado;
                         e se tivesse a força;
                         e a janela ao meu lado
                         fosse alta e oportuna,

invadida de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti


                                                                                 de Coisas de Partir

Ana Luísa Amaral. Anos 90 E Agora. Uma antologia da nova poesia portuguesa. Selecção e organização Jorge Reis-Sá. Edições Quasi. 3ª Edição.
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