quinta-feira, 22 de maio de 2014

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Há em teus olhos, dados ao momento,
uma tristeza de água reprimida,
que é como o pressentimento
duma próxima despedida.

Tristeza que faz lembrar
dias perdidos de outono
com luz pálida a incidir
nas folhas, mortas de sono.

Deixa que a esperança os molhe,
os inunde de alegria.
Cada noite passa e colhe
o gosto de um novo dia.


Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 21
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