domingo, 28 de setembro de 2014

VISIONS & OMENS

"Comecemos então pelos habitantes humanos, ou talvez melhor, sobre-humanos, dessas regiões distantes. Blake chamava-lhes querubins. E, de facto, não há dúvida de que é isso mesmo que eles são: a matriz psicológica daqueles seres que nas teologias das mais variadas religiões servem de intermediários entre o homem e a Luz Clara. As personagens sobrehumanas da experiência visionária nunca estão a fazer isto ou aquilo (do mesmo modo que os bem aventurados, no Céu, também não estão em actividade). Contentam-se com o facto de existir. Estas figuras heróicas da experiência visionária dos homens,sob vários nomes e com uma infinidade de diferentes roupagens, surgiram na arte religiosa de todas as culturas. Por vezes são apresentados em repouso, outras vezes em cenas de acção mitológica. Mas a acção, como já dissemos, não é um atributo natural dos habitantes dos antípodas da mente. Estar ocupado é a lei da nossa existência. A lei da existência deles é não fazer nada."


Aldous Huxley. 
"O Céu e o Inferno"
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