segunda-feira, 13 de abril de 2015

VOLTAR A CASA

"Às vezes imagino as paredes,
o mofo, a humidade, o brilho escuro;
muitas vezes detenho-me, atento
a cavidades, ao gorjeio leve
das águas. Recordo outros depósitos:
cisternas árabes, romanas, persas.
As águas deixam uma marca lânguida
sobre a pedra. Com frequência procuro
que se detenha o tempo dos outros,
- as lojas, os passeios, os Cafés -
faço um desvio e, só, aventuro-me
a caminho do depósito de águas.
Imagino a sua tensão de túnel,
aspiro essa humildade. E volto a casa."

-"Antologia"
José Ángel Cilleruelo
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