terça-feira, 28 de julho de 2015



OFÍCIO DE VÉSPERAS

"Devo ser o último tempo
A chuva definitiva sobre o último animal nos pastos
O cadáver onde a aranha dcide o círculo.
Devo ser o último degrau na escada de Jacob
E o último sonho nele
Devo ser-lhe a última dor no quadril.
Devo ser o mendigo à minha porta
E a casa posta à venda.
Devo ser o chão que me recebe
E a árvore que me planta.
E, silêncio e devagar no escuro
Devo ser a véspera, Devo ser o sal
Voltado para trás.
Ou a pergunta na hora de partir."



Daniel Faria. Explicação das Árvores e de Outros Animais.

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