segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

(...)

«Pede um cigarro. Fuma.
Labaredas loucas saem-lhe da garganta.
Da bruma
espreita-o uma mulher nua, branca, branca.

Fuma mais. Outra vez.
E atira um braço decepado para a mesa.
Não pensa no fim do mês.
A noite é a sua única certeza.»



António José Forte. Corpo de Ninguém. Hiena Editora, Lisboa, 1989., p. 33

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