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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

 Revista com um “Balanço do ano literário de 1982” assinado por Eduardo Prado Coelho, abre com as seguintes linhas: 

''O ano de 1982 será assinalado por um acontecimento maior: a publicação dos dois volumes que constituem o material susceptível de ser integrado no projecto do Livro do Desassossego que Fernando Pessoa foi elaborando durante longos anos da sua vida. Esta obra, que assume o estatuto de uma obra que vive do seu próprio adiamento, que se sustenta como des-obra, como impossibilidade de qualquer obra, como supremacia do fazer sobre o resultado, da produção sobre o produto, não podia deixar de suscitar as reservas daqueles que possuem uma imagem feita de Pessoa. Mas, por isso mesmo, constitui um desafio muito vivo colocado a todos os que se interrogam ainda sobre a obra de Pessoa. ''(Coelho, 1983)

sábado, 21 de novembro de 2015

"A alma e o mundo estão confundidos um com o outro, de maneira que eu tento fazer a história dessas percepções, desse sentimento. Essa é que é a nossa história, uma história real. A história de uma personagem que existe e se desenvolve não é comigo, embora eu adore esses grandes, sei lá, Rousseau, por exemplo. Rousseau foi um dos primeiros que perceberam que contra a história dele era contar, refazer a história do mundo, para que ele correspondesse àquilo que ele imaginava que seria a sua vocação."


Eduardo Lourenço / José Jorge Letria"Eduardo Lourenço: A História é a Suprema Ficção"
(Entrevistas)

domingo, 13 de julho de 2014

«Bakhtine intervém na questão em que se debate a delimitação entre as ciências naturais e as ciências humanas com várias teses fundamentais: para ele, o que é essencial no homem enquanto «objecto» das ciências humanas é o facto de o homem ser um ser-que-fala («parlêtre» dirá Lacan). Porque as ciências humanas não estudam tudo o que diz respeito ao homem, mas apenas aquilo que no homem existe de especificamente humano
 
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 243

A crítica portuguesa

«(...) a crítica portuguesa é quase inteiramente feita de opiniões, isto é, de atribuição de pontuações, que os críticos depois fundamentam em textos de maior ou menor envergadura, mas estas opiniões desenvolvidas, e por vezes sustentadas nalguma erudição cinéfila ou nalgum humor mais ou menos corrosivo, raramente ultrapassam o plano da mera opinião e conseguem ser interpretações do filme capazes de acrescentar alguma coisa à literatura do espectador. Isto é, quase nada se aprende ao ler a crítica portuguesa.»
 
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 224
«(...) cada ser está bem na sua própria pele, mas a pele é aqui uma superfície libidinal sem fim onde nomes e rostos se esbatem.»
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 205
«(...) mas é de Shakespeare que vem a lição de uma loucura que se apossa das pessoas e faz sobrepor a dança do desejo à estabilidade do amor.»
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 205

sexta-feira, 27 de junho de 2014

«Este prazer, de tão óbvio, incomoda. Esta harmonia, de tão postiça, inquieta.»

 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 205
«(...) cada coisa está no seu devido lugar, que é este lugar de todos os lugares onde interminavelmente se cruzam e confundem; cada ser está bem na sua própria pele, mas a pele aqui é uma superfície libidinal sem fim onde nomes e rostos se esbatem.»
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 205

Blade Runner

«Do lábio ainda ferido desprende-se um pouco de sangue que alastra pela bebida.»
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 193

sábado, 21 de junho de 2014

UMA EVIDÊNCIA SEM REVERSO (sobre Body Heat de Lawrence Kasdan)

 
«Porque o filme arranca com uma linha temática extremamente sublinhada: a linha do fogo. É o incêndio da sequência inicial, é o calor que domina a cidade, são as camisas suadas, é a respiração sufocada, é o pedido de Ned («fale-me de tudo, menos do calor»), é o isqueiro que brinca nas mãos dela, é este cigarro silenciosamente apagado, é a mancha crepitante da imagem, e tudo isto funciona como uma imensa metáfora sexual: tudo isto é, no fundo, um calor que vem do corpo.»
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 187

o devir-mulher da alma

«O cinema, acrescentaremos, é, para Manoel de Oliveira, uma tentativa de se identificar com o devir-mulher da alma
 
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 183

quarta-feira, 18 de junho de 2014

«Eu vi morrer um homem e caminho»

 
«Sublinhemos eu vi. Existir, para Ruy Belo, é ser olhado, é ser coberto pela força de um olhar, mas é também resistir ao olhar dos outros, conseguir que o olhar dos outros não destrua o nosso olhar. Só no lugar da Mãe, ou de Deus, o olhar assimétrico. «Somos seres olhados » (p.41), «Não mais o teu olhar te defende / Tu és um ser exposto a todos os olhares » (p.43) - e esta é talvez, para Ruy Belo, a definição da morte.»
 
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 159
   «Depois, os ombros. Há toda uma relação com a amada e o amigo que passa por esta valorização dos ombros como lugar de apoio para duas pessoas que caminham lado a lado: «Há no meu ombro lugar/para o teu cansaço » (p.29), «tu és uma presença redonda no meu ombro de morte» (p.45), «uma mulher, alguém capaz de partilhar / o peso que nos ombros de cada dia puser » (p.101). E o homem isolado na cidade é aquele que não tem «um ombro para o seu ombro » (p.19).
 
sobre o poeta Ruy Belo
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 156

quinta-feira, 12 de junho de 2014

 «Eis a única certeza: «não saber onde estou.»
Definitivamente perdido, definitivamente encontrado.
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 107
 «(...) a língua-tal-qual-se-fala, a palavra à flor da boca, por vezes numa coloquialidade tão intensa e sofisticada que se recriam artificias de discurso. »
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 102

domingo, 25 de maio de 2014

  «Todo o trabalho da arte procura assegurar a aparição de si a si mesmo a colmatar todos os vazios, os escoamentos, as rupturas do eu, as quebras da memória, os espacejamentos da consciência:


 « Que a distância de ti a ti seja por ti preenchida.» Vergílio Ferreira


Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 75
   «Valerá a pena destruir Deus, o Deus da Religião ou o Deus da Política? «Derrubar o deus do altar. E depois, o altar. E depois, o sítio dele. E depois, a memória dele. E tudo ficar certo como se não. Derrubar o sinal e o signo. O visível e o invisível. E tudo ser como se. (...) E tudo funcionar como se não. Como se o invisível fosse ainda.»
 


Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 64
«Procuram no sítio das casas a memória do que lá ficou, dos deuses e da sua ordem com que se organizava a vida e ela tinha sentido e era verdade, da tranquilidade do sono à noite quando o dia se cumprira.»
 
Vergílio Ferreira
 
  «Esta imagem é tanto mais exaltante quanto a ela se vem contrapor a multiplicidade incontrolada do presente pós-terramoto e pós-revolução: é a desordem instalada no inferno das ideologias e no alarido tempestuoso das opiniões, é a ramificação de cada coisa no seu contrário e no contrário do seu contrário, é a bifurcação demente de todas as evidências em verdades e contraverdades sem prova nem acalmia.»  Eduardo Prado Coelho p. 62
 
 
«(...) Carolina, a prostituta, o ser mais divinamente animal desta galeria de sonâmbulos, reivindica para sua aldeia a reconstruir: « O que eu penso é que devia ficar tudo como estava. Não é preciso pensar muito. Tal e qual como estava. Eu por mim queria a nossa terra como era.» Vergílio Ferreira




Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 62

quinta-feira, 22 de maio de 2014

« O que dói e pesa em Pessoa dói e pesa fisicamente - algo de que nem sempre os literatos que o viam como cerebral se deram conta. »
 
 
Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 31

o humor é a versão diurna do desassossego

Eduardo Prado Coelho. A Mecânica dos Fluidos. Literatura, cinema, teoria. Imprensa Nacional - Casa da Moeda. p. 31
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