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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012


«As lágrimas que me traíram e as humilhações que sofri
são-me agora brisas e aves eternas:  »


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 91

«Nas noites em que choram *  os tormentos do homem.»


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 89

«E a primeira palavra que o último dos homens há-de dizer será para que as ervas se ergam e a mulher a seu lado saia como raio do sol. E de novo adorará a mulher e a deitará na erva como está determinado.»


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 88

XVI

    «CEDO acordei as volúpias
cedo acendi o meu choupo-branco
    de mão na frente dirigi-me ao mar
e aí o erigi sozinho:
    Sopraste e cercaram-me as procelas
uma a uma tiraste-me as aves -
    Meu Deus chamaste-me e como fugir-te?
Fitei no futuro os meses e os anos
    que hão-de regressar sem mim
e mordi-me tão fundo
    que senti o meu sangue devagar a pulsar para o alto
e a gotejar do meu futuro.
   Escavei a terra no momento em que era o culpado
e a tremer ergui a vítima na minha mão
   e falei-lhe tão suavemente
que devagar os seus olhos se abriram e verteram orvalho
   sobre o chão onde eu era culpado.
Derramei o negrume no leito do amor
    com as coisas do mundo nuas no meu espírito
e o meu esperma lancei tão longe
    que devagar as mulheres regressaram ao sol e sofreram
e voltaram a parir as coisas visíveis.
    Meu Deus chamaste-me e como fugir-te?
 Cedo  acordei as volúpias
     cedo acendi o meu choupo-branco
de mão na frente dirigi-me ao mar
    e aí o erigi sozinho:
Sopraste e as minhas entranhas estremeceram
    uma a uma voltaram-me as aves!»





Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 82/3

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

IV

            «ADICIONEI os meus dias e não te encontrei
nunca, em sítio nenhum, para me tomares a mão
            no clamor dos abismos e na minha barafunda de estrelas!
Tomaram uns o Saber e outros o Poder
            a escuridão rasgando as duras penas
e pequenas máscaras, de alegria e tristeza,
            ajustando à face arruinada.
Eu é que não, não ajustei máscaras,
             deitei para trás de mim alegria e tristeza
pródigo deitei para trás de mim
             o Poder e o Saber.
Adicionei os meus dias e fiquei sozinho.
       Disseram uns: porquê? Este também há-de viver
na casa com vasos e a branca noiva.
       Cavalos de pêlo fulvo e negro acenderam-me
a obstinação por outras mais brancas Helenas!
         Almejei outra mais secreta bravura
e aí me impediam, invisível, fui a galope
          restituir as chuvas aos campos
e recuperar o sangue dos meus mortos insepultos!
        Disseram outros: porquê? Este também há-de conhecer,
até ele, a vida nos olhos do outro.
       Não vi olhos de outrem, não encontrei nada
senão lágrimas no vazio que abraçava
        senão borrasca na serenidade que suportava.
Adicionei os meus dias e não te encontrei
        e enverguei as armas e saí sozinho
para o clamor dos abismos e a minha barafunda de estrelas!»
           






Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 39/40
«E à medida que o tempo come a matéria, vai saindo mais puro o oráculo da minha face:

                                      TEMEI A IRA DOS MORTOS»


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 38
« da gota de água na barba por cortar, nada senti,
            mas depus a face dura no mais duro da pedra
por séculos e séculos.»



Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 37

''olhares ávidos de cigarros''

(...)

«Porque chuviscava amiúde nos caminhos lá fora, como nas nossas almas. E as raras vezes em que parávamos para descansar, nem sequer trocávamos palavra, tão só, sérios e mudos, à luz duma pequena tocha, repartíamos as passas uma a uma. Outras vezes, se nos era possível, soltávamos rapidamente as roupas e coçávamo-nos com raiva durante horas, até formarmos sangue. Estávamos cheios de piolhos até ao pescoço, e isso era mais insuportável do que o cansaço. »


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 33

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012


«procurei o branco até à tensão extrema
do negro A esperança até às lágrimas
a alegria até aos confins do desespero»


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 20
«As sílabas ocultas com que lutei para soletrar a minha identidade»


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 17

«Cada palavra com sua andorinha
para te trazer a Primavera no Verão» disse


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004., p. 15
(...)


«Ali sozinho enfrentei
 o mundo
 chorando amargamente»


Odysséas Elytis. Louvada Seja (Áxion Estí). Tradução e posfácio Manuel Resende. Assírio&Alvim, 2004
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