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terça-feira, 5 de março de 2019

sábado, 4 de fevereiro de 2017

''Uma das metáforas mais potentes – e de maior ressonância até nossos dias – no imaginário de Pier Paolo Pasolini é a de “mutação antropológica”. Trata-se de uma expressão que o cineasta, escritor e poeta italiano utilizava para ilustrar os efeitos psicossociais produzidos pela transição de uma economia de origem agrária e industrial para outra, de corte capitalista e transnacional.
Durante os anos 1970, Pasolini identificou, em seus livros Escritos Corsários e Cartas Luteranas, uma verdadeira transmutação nas sensibilidades de amplos setores da sociedade italiana, em consequência do “novo fascismo” imposto pela globalização. Acreditava que esse processo estava criando – fundamentalmente por meio do influxo semiótico da publicidade e da televisão – uma nova “espécie” de jovens burgueses, que chamou de “os sem futuro”: jovens com uma acentuada “tendência à infelicidade”, com pouca ou nenhuma raiz cultural ou territorial, e que estavam assimilando, sem muita distinção de classe, os valores, a estética e o estilo de vida promovidos pelos novos “tempos do consumo”.''
Ver aqui

sábado, 9 de abril de 2016



"An artist, if he's unselfish and passionate, is always a living protest. Just to open his mouth is to protest: against conformism, against what is official, public, or national, what everyone else feels comfortable with, so the moment he opens his mouth, an artist is engaged, because opening his mouth is always scandalous."


Pier Paolo Pasolini
The Canterbury Tales (1972)

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

AFABULAÇÃO #2
"Eu vivo ingenuamente a minha tragédia à medida que ela se vai desenrolando.
E vou inventando o sentido das suas situações."



-"Afabulação"
- Pier Paolo Pasolini 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

«Os que choravam continuam a chorar.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 491

«(...)     - nó das solidões
do eu que se sente morrer
e não quer aparecer nu perante Deus:


assumo tudo, para poder compreender,
de dentro, o fruto dessa ambiguidade:
um homem adorável, de quem, neste Abril


incalculado, mil jovens descidos do Além,
esperam confiantes um sinal que tenha
a força da fé sem piedade,


para lhes consagrar a raiva humilde.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 485-487
« oh paz que permite a dor selvagem -
oh marca da infância! Oh destino de ouro
construído sobre o eros e a morte, como

uma distracção - e os seus mil e um pretextos
o riso, a filosofia! Ter ilusões ( o amor)
(...)»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 457

''excesso de Servilismo''

«(...) Foi mais uma amizade,
daquelas que duram uma noite
e atormentam depois toda uma vida.»




Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 433

FRAGMENTO DE CARTA PARA O JOVEM CODIGNOLA

Querido rapaz, sim, claro, vamos encontrarmo-nos,
mas não esperes nada desse encontro.
Quanto muito, mais uma decepção, mais um
vazio: daqueles que fazem bem
à dignidade narcisista, como uma dor.
Aos quarenta anos sou como era aos dezassete.
Frustrados, o homem de quarenta anos e o rapaz de dezassete
podem, decerto, encontrar-se, balbuciando
ideias convergentes, sobre questões
separadas por dois decénios, uma vida inteira,
mas que aparentemente são as mesmas.
Até que uma palavra, saída das gargantas hesitantes,
paralisada de pranto e vontade de estar só -
lhes revele a disparidade sem remédio.
E, ao mesmo tempo, terei de fazer de poeta
pai, e refugiar-me na ironia
- que te embaraçará: porque o homem de quarenta anos
é mais alegre e mais jovem do que o rapaz de dezassete,
sendo já senhor da sua vida.
Para além desta aparência, deste disfarce,
nada mais tenho a dizer-te.
Sou avarento, o pouco que possuo
está bem fechado neste meu coração diabólico.
E os dois palmos de pele entre a face e o queixo,
por baixo da boca torcida de tanto sorrir
de timidez, e o olhar que perdeu
a sua doçura, como um figo que azedou,
parecer-te-iam o retrato
fiel dessa maturidade que te faz sofrer,
uma maturidade não fraterna. De que pode servir-te
alguém da tua idade - mas entristecido
na magreza que lhe devora a carne?
O que ele deu, está dado, o resto
é árida piedade.





Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 427-1429

terça-feira, 4 de outubro de 2011


« cada homem tem uma só época
na vida, e vai-se esboroando com os seus problemas.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 421

domingo, 2 de outubro de 2011


«começarei lentamente a decompor-me,
      à luz pungente desse mar,
     poeta e cidadão esquecido.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 413

« e nos olhos mornos o desejo de morrer.»


Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 407

«Uma vitória fascista!
Escreva, escreva: eles (eles!) têm que saber que eu sei:


com a consciência de um pássaro ferido
que morre mansamente e não perdoa.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 405

corpo insepulto

fúria uterina

«que há muitas horas anda pelas ruas
com barba de doente
sobre as rugas da pobre juventude:»


Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 365
(...)

«perdido depois da morte, depois da morte -
é a geada das regiões do Pó,
que tu conheces, mas preferes ignorar.»



Pier Paolo Pasolini. Poemas. Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005., p. 363
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