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domingo, 25 de setembro de 2016


«É cedo, dizem os que

distribuem os dias, os pães.»


Sebastião Alba  in 50 Poetas Africanos. Plátano Editora, 1ª Edição, Lisboa., p. 402

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

AOS QUE PARECEM NOS ALVÉOLOS,
nenhuma flor aquieta
as asas futuras.

Assim, onde outrem oficia,
coloquêmo-nos
fora da sua égide...

ainda que uma besta se desenrosque
até à cauda,
se engolfe em nossa vigília.



Sebastião Alba. A noite dividida. Lisboa, Assírio & Alvim, 1996.,p. 107
GOSTO DOS AMIGOS
que modelam a vida
sem interferir muito;
os que apenas circulam
no hálito da fala
e apõem, de leve,
um desenho às coisas.
Mas, porque há espaços desiguais
entre quem são
e quem eles me parecem,
o meu agrado inclina-se
para o mais reconciliado,
ao acordar,
com a sua última fraqueza;
o que menos preside à vida
e, à nossa, preside
deixando que o consuma
o núcleo incandescente
dum silencioso votivo
de que um fumo de incenso
nos liberta.


Sebastião Alba. A noite dividida. Lisboa, Assírio & Alvim, 1996.,p.82

PÉGASO

À saída do estádio
pressentimos na brisa
a chegada dos signos da noite

Indeciso, o cavalo
transpõe o fosso do horizonte,
sob a lua e um alto
expoente de pó

Inverte-se o casco percussor
à beira da fonte de Hélicon,
e o cavalo grego
deita-se para morrer

Um frémito distende-lhe as asas;
no olhar anterior ao mito,
aflui agora
a mais pura estância
das lágrimas.

Sebastião Alba. A noite dividida. Lisboa, Assírio & Alvim, 1996.,p.75
«De pouco serve a ida ao lugar de ausência.»


Sebastião Alba. A noite dividida. Lisboa, Assírio & Alvim, 1996.,p.39
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