PALAVRAS
De machado na madeira,
E os ecos!
Ecos que partem
A galope.
Jorra como pranto, como
Água lutando
Para repor seu espelho
Sobre a rocha
Crânio branco
Comido pelas ervas.
Anos depois, na estrada,
Encontro
Bater de cascos incansável.
Enquanto do fundo do poço, estrelas fixas
Decidem uma vida.
E então o fluir azul e insubstancial
De montanha e distância.
Eixo de calcanhares e joelhos!... O sulco
Do arco tenso
Do pescoço que não consigo dobrar.
De olhos negros lançam escuros
Anzóis...
Sombra,
Um outro voo
Coxas, pelos;
Escamas e calcanhares.
Branca
Godiva, descasco
Mãos mortas, asperezas mortas.
Ondulo como trigo, um brilho de mares.
O grito da criança
E eu
Sou a flecha,
Suicida, unido com o impulso
Dentro do olho
Clara, exata, quase um fardo para carregar.
Eu diria que é um ataúde de um anão ou
De um bebê quadrado
Não fosse o barulho ensurdecedor que dela escapa.
Tenho de passar a noite com ela e
Não consigo me afastar.
Não tem janelas, não posso ver o que há dentro.
Apenas uma pequena grade e nenhuma saída.
Está escuro, escuro.
Enxame de mãos africanas
Mínimas, encolhidas para exportação,
Negro em negro, escalando com fúria.
É o barulho que mais me apavora,
As sílabas ininteligíveis.
São como uma turba romana,
Pequenas, insignificantes como indivíduos, mas meu deus, juntas!
Não sou um César.
Simplesmente encomendei uma caixa de maníacos.
Podem ser devolvidos.
Podem morrer, não preciso alimentá-los, sou a dona.
Me pergunto se me esqueceriam
Se eu abrisse as trancas e me afastasse e virasse árvore.
Há laburnos, colunatas louras,
Anáguas de cerejas.
No meu vestido lunar e véu funerário
Não sou uma fonte de mel.
Por que então recorrer a mim?
Amanhã serei Deus, o generoso – vou libertá-los.