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domingo, 18 de outubro de 2015

Diário de Cefaleia


[sábado à noitinha]
Acolher a dor antes dos trinta revela-se amoral,
i.e., ninguém prepara o tormento, 
a inaptidão generalizada faz-nos pares,
senhorios deste condomínio de osso,
insuportável e tornado crónico.
Que se foda a terapêutica, enfermo; fé na resiliência.

(inédito.)

Cláudia Lucas Chéu


segunda-feira, 7 de setembro de 2015


in Trespasse, Edições Guilhotina, Lisboa, 2014, Cláudia Lucas Chéu

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

PLANO A


Estou nua ao abrir-te a porta, entra
e arrasta-me até à parede,
lambe-me a boca, és um cão, e
abocanha-me os mamilos, erectos, 
depois, apalpa-me a cona com a mão toda
e com os dedos, afasta-me os grandes lábios,
directa ao clítoris, com intenção,
e esfrega-o, hábil, nesse tarefa de fornicar mulheres, encurralando-as,
com o teu corpo, dá-me com toda a força contra o muro,
até escorrer água da pele que não sua, nunca,
e escorregar até ao chão, onde de barriga para baixo,
e me enfias os dedos e me fodes os buracos todos.
As palavras acabarão por vir.
Cláudia Lucas Chéu (inédito.)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

O Tempo é um Assassino

Estou a esquecer-me de ti.

Os dias passam e imagino que ainda aqui estás

Só depois percebo

O tempo é um assassino

Que empunha a grande faca e esfaqueia o corpo

– fazendo bifes, hambúrgueres e petiscos vários –

Daquele que em tempos foi um animal vivo.

O esquecimento serve apenas como prova do crime:

não sobrevivi.



Cláudia Lucas Chéu

Maio 2015

quarta-feira, 25 de junho de 2014

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