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segunda-feira, 15 de abril de 2024

 
(...)

Fêmeas somos
fiéis à nossa imagem

oposição sedenta que vestimos
mulheres pois sem procurar vantagem
mas certas bem dos homens que cobrimos

E jamais caça
seremos

ou objecto
dado

nem voluntário odor
de bosque seco



Novas Cartas Portuguesas (Edição Anotada) de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Organização de Ana Luísa Amaral. Publicações Dom Quixote. 1ª Edição: 1972. 3ª Edição anotada, janeiro de 2017. p. 30/31

domingo, 24 de março de 2024

 « Mas tenho receio que barca tão frágil
Não suporte o peso de tanto sofrimento.»


Li Qingzhao

1081-1145?


Uma Antologia de Poesia Chinesa. Gil de Carvalho. Assírio & Alvim, Lisboa, 1989, p. 299

quarta-feira, 13 de março de 2024

RAIO DE FILHOS

 Cabelos brancos me levam as têmporas
As carnes já, não muito seguras
E é que tenho cinco filhos.

(...)


Tao Yuanming

Uma Antologia de Poesia Chinesa. Gil de Carvalho. Assírio & Alvim, Lisboa, 1989, p. 91

 ''Duro é o trabalho do povo. Ãh!
Dar e dar. E sem fim. Ãh!''


Liang Hong

Uma Antologia de Poesia Chinesa. Gil de Carvalho. Assírio & Alvim, Lisboa, 1989, p. 77

sexta-feira, 8 de março de 2024

 «(...)  que eu, deste meu sofrer assim, sofro cada vez
                                                                menos: que me 
suporto cada vez melhor)»


Edoardo Sanguineti  [Itália]

Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 116

O AMOR APÓS O AMOR

(...)

«dizendo, senta-te aqui. Come.
Amarás novamente o desconhecido que foi o teu eu.
Serve o vinho. Serve o pão. Devolve o teu coração
a si próprio, ao desconhecido que te amou»


Derek Walcott [Santa Lúcia]

Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 94

(...)
« Delicada como um brinco,
                              transporta o seu vazio como um filho
Do qual se livrasse.»


Charles Wright [EUA]

Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 80

RETARDATÁRIO


«O mundo já lá estava
Sereno na sua alteridade.
Só tiveste de chegar
No comboio da tardinha
Aonde não eras esperado.»


Charles Bukowski [EUA]

Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 72

OS RELÓGIOS DOS MORTOS

(...)
«A cidade está tão sossegada, disse eu.
Como os relógios dos mortos, replicou a minha mulher.
Avó que estás na parede,
Ouvi as neves da tua infância
A começarem a cair.»


Charles Bukowski [EUA]


Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 70

(...)

« mas a idade é o resultado
daquilo que fazemos.
eles envelheceram 
mal
porque perderam 
o foco 
da vida,
recusaram-se a ver.

não têm a culpa?

quem é que tem a culpa?
eu?

pedem-me que
os poupe
ao meu ponto de vista
por medo do 
medo deles.

a idade não é crime

mas a vergonha
de uma vida
desperdiçada
deliberadamente

no meio de tantas
vidas
desperdiçadas
deliberadamente

é.»


Charles Bukowski [EUA]


Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 66/7

ATIRA-TE

 
se é para tentar, vai até ao
fim.
caso contrário, nem vale a pena começar.

se é para tentar, vai até ao
fim.
o que talvez implique perder namoradas,
mulheres, parentes, empregos e
quiçá o juízo.

vai até ao fim.
talvez implique ficar 3 ou 4 dias sem comer.
talvez implique enregelar num
banco de jardim.
talvez implique a prisão,
talvez implique a irrisâo,
a troça,
o isolomaento.
o isolamento é a prenda,
tudo o mais é um teste à tua
resistência, à 
vontade que tens de chegar
lá.
e hás-de chegar lá
apesar da rejeição e das ínfimas probabilidades
(...)

Charles Bukowski [EUA]

Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 64

quinta-feira, 7 de março de 2024

 ''Nada no ar senão canções
E não haver quem cante, não haver boca que saiba as canções?
Dizes-nos que uma mulher de coração desfeito de diz que é 
                                                                                          assim?

Será só isto?''  

Carl Sandburg [EUA]


Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 59
 ''A trabalhar, abatidas e asfixiadas, em troca de pão e salários,
A comer pó pela garganta e a morrer de coração vazio
Por uns trocos de ordenado nalgumas, poucas, noites de sábado.''


Carl Sandburg [EUA]


Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 52
 « - apenas um caçador errante
escorraçado da sua tribo
um homem com demónios no coração
que inesperadamente não se sente em casa
nas grandes divisões celestes da terra.»


LU YU 


Vasco Gato. Lacre. Traduções e Versões de Poesia. 5ª Edição. Língua Morta., p. 28

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

 « Tempos houve em que acreditei em ti: plantei uma figueira.
Aqui , no Vermont, nesta terra
sem Verão. Foi um ensaio: se a figueira viesse,
isso queria dizer que existias.»

Louise Glück. A Íris Selvagem. Tradução Ana Luísa Amaral. Relógio D'Água. 1992., p. 77

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

 ''Estas perguntas deviam
ser colocadas por ti, por ti,
não pelas tuas
vítimas. Devias saber
que quando te pavoneias entre nós
ouço duas vozes a falar:
uma que é o teu espírito, a outra,
as acções das tuas mãos.''

Louise Glück.
 A Íris Selvagem. Tradução Ana Luísa Amaral. Relógio D'Água. 1992., p. 65

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

 e eles pensam-se
livres para ignorar
esta tristeza.


Louise Glück. A Íris Selvagem. Tradução Ana Luísa Amaral. Relógio D'Água. 1992., p. 39

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

 Rosa - ó pura contradição ! -
prazer de não ser sono de ninguém
sob tantas pálpebras.

Noite feita de rosas. Noite feita de muitas, muitas
rosas claras, noite luminosa feita de rosas,
sono de mil rosas, sou o teu adormecido.
Iluminado adormecido dos teus perfumes; profundo
adormecido das tuas frias intimidades.

(...)

Rilke

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

«O assassino sorri pálido no vinho,
O horror da morte agarra os doentes.
A noviça reza, ferida e nua,
À frente do sofrimento na cruz do Salvador.»

 Georg Trakl. Poemas. Tradução e Prefácio António de Castro Caeiro. Editora Abysmo., p. 17

domingo, 21 de maio de 2023

 «Digna-te a olhar para a minha

dedicação.»


Robert Walser. Gata Borralheira. Tradução de Célia Marques. Maldoror, 2021., p. 37
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