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domingo, 30 de março de 2014

alguém atirou um cão
morto às profundidades

Malcolm Lowry

sábado, 29 de setembro de 2012

 
«Ah, quem me dera nunca ter conhecido o seu beijo traiçoeiro
E tivesse ficado na obscuridade para sempre, falhado e vencido.»
 
 
 
Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p.109
 
 
«Sê paciente pois o lobo é paciente.
Os gritos e as mágoas da noite têm todos o seu lugar.»
 
 
Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p.97

EM MEMÓRIA: INGVALD BJORNDAL E O SEU CAMARADA

 
para Nordahl Grieg
 
 
Enquanto navegamos e rimos, brincamos e lutamos, a morte vem
E é o fim. Um homem labuta a bordo;
A sua vida apaga-se como um sopro:
Quem saberá dos seus sonhos agora que o mar ruge:
Amei-te, meu amor, mas agora estou morto,
Por isso arranja outra pessoa e esquece-me.
Meus irmãos, eu era tolo, como disseram;
E tolos são quase todos os que põem o seu destino nas mãos do mar.
Muitas lágrimas derramaram por mim, em vão.
Tomem a minha paga. Mãe, Pai, percorri
Um longo caminho para morrer sangrando à chuva.
Comprem-me alguma terra no cemitério do meu país.
Adeus. Por favor lembrem-se como estas palavras
Para os verdes prados e os fiordes azuis.
 
 
 
 
Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p.87

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O RUGIDO DO MAR E A ESCURIDÃO

 
Ele pediu ao seu fantasma uma visão do mar,
Que pudesse ancorá-lo no meio do pensamento
Para sempre, para que ele pudesse resignar~se
E não fosse perseguido eternamente;
O fantasma inclinou a cabeça e disse gravemente:
Ó Desolado, ó Esquecido, devias abandonar a tua única dor, e saber
Que edificaste as tuas lágrimas, que fechaste em terra o teu coração;
Devias implorar o rugido do vento e do mar,
E a escuridão, e, tenhamos razão ou não,
Deves pedir sempre o seu desassossego e a sua monotonia;
A sua bruma sobre o teu peito - O seu barco no porto
Carregando as doces madeiras amontoadas no cais.
Ele olhou-a longamente, e depois, com uma gargalhada,
Saltou para o bordo e nunca mais ninguém o viu.
 
 
 
Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p.61

''Raparigas tristes com blusas azuis''

Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p.51

sábado, 22 de setembro de 2012

UM RIO SECO É COMO A ALMA

Um rio seco é como a alma
De um poeta que não pode escrever, embora conheça
Quase perfeitamente o tema e as mágoas
Da morte ressequida como o estio. Mas o que queria,
E foi outrora um mar puro do mais puro cristal
Recua, torna-se sombrio como arbustos amoniacais, como
                         se as folhas antigas do amor,
E abandona o pensamento. Não imagina
Nada que o possa substituir: só no pólo
Da memória oscila uma absurda bússola.
Por isso o rio, entre as lamentáveis árvores sombrias,
É uma agonia de pedras, de horrores submersos
Agora revelados descoloridos. Por isso existem estas,
Estas pedras, estas ninharias
Quando o rio é uma estrada e a mente um vazio.
 
 
 
 
 
Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p.33

''horas mortas''

«E a música abriga o sonho do amante»

Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p.17

«A rapariga volta a enchê-lo, enche um copo de verdadeira morte.
E se há morte nela também há em mim.»



Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p. 11
«Mas por que tens de ouvir, ouvir e não reconhecer esta tempestade,»



Malcolm Lowry. As cantinas e outros poemas do álcool e do mar. Selecção e Tradução José Agostinho Baptista. Assírio &Alvim, Lisboa, 2008., p.9
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