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domingo, 29 de dezembro de 2013

. A minha juventude não passou de um suicídio lento.

«Em compensação, quando pretendia gracejar, descarregava sobre os outros, mesmo sem querer, golpes que eles nunca mais me perdoavam. Ia direito aos pontos fracos, aos defeitos, que nenhum de nós gosta que nos apontem. Por timidez e por orgulho, falava com as mulheres no tom superior e doutoral que elas detestam. Era incapaz de lhes elogiar os vestidos. Quanto mais sentia que lhes desagradava, mais se acentuava tudo o que as afastava de mim. A minha juventude não passou de um suicídio lento. Receando desagradar involuntariamente, passei a ser desagradável de propósito.»



François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 15
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