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sábado, 25 de janeiro de 2014

 « De pé, no meio da sala, vacilante, atordoado, fiquei a pensar na minha vida, a ver o que ela foi. Não, não é fácil vencer tal corrente de lama. Fui um homem tão horrível que não tive um único amigo. Mas, pensava eu, não seria porque sempre fui incapaz de disfarçar? (...)
 
Eu não teria sido tão desprezado se não me tivesse mostrado tanto, se não fosse tão aberto, tão nu.»
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 134
«Prostrada diante de Vós, ó meu Deus, recitava Isa, «eu Vos dou graças porque me destes um coração capaz de Vos conhecer e amar...»
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 133/4
   «Nem os melhores aprendem a amar sozinhos. Para ultrapassar o ridículo, os vícios e, sobretudo, as asneiras dos seres humanos é preciso conhecer o segredo de um amor que não encontramos no mundo.»
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 133

sábado, 18 de janeiro de 2014

«Levei sessenta anos a construir este velho que agora agoniza cheio de ódio. Sou o que sou e não outro. Oh, Deus, Deus se de facto existisses!»
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 113
«Porque não me falas? Porque nunca me falas? Talvez uma palavra tua me abrisse o coração! Esta noite, até me parece não ser tarde demais para recomeçarmos a nossa vida. Se eu não esperasse pela minha morte para te entregar estas páginas? Se te suplicasse, em nome do teu Deus, que as lesses até ao fim? Se te pudesse observar depois de terminares a leitura? Se te visse entrar no meu quarto, banhada em lágrimas? Se abrisses os braços para me pedir perdão? Se caíssemos de joelhos, um e outro?»
 
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 79

Oh!, não imagines que me tenho em grande conta.

«Oh!, não imagines que me tenho em grande conta. Conheço o meu coração, este pobre coração: um nó de víboras. Sufocado por elas, saturado do seu veneno, continua a bater debaixo de tanta agitação. Este nó de víboras, impossível de desatar, que seria necessário cortar com uma faca ou com uma espada: não vim trazer a paz, mas a espada
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 78

domingo, 12 de janeiro de 2014

«Para mim, nesse dia, o importante foi ter tocado no único assunto que te punha fora de ti, te obrigava a sair da tua indiferença e a dares-me atenção, embora só para me odiares. »
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 50

...Sim, nesse ano conheci o amor.

«...Sim, nesse ano conheci o amor. Foi a minha insaciabilidade que deitou tudo a perder. Não me bastou tê-la na penúria, quase na miséria. Queria que estivesse sempre à minha disposição, sem ver ninguém. Tinha de estar presa, ou livre, conforme os meus caprichos ou os momentos de disponibilidade. Era minha. O meu gosto de possuir, usar e abusar estende-se aos seres humanos. Gostaria de ter tido escravos. Desta vez, pensei ter encontrado uma vítima à medida das minhas exigências. Vigiava-lhe até os olhares...Mas...lá estou a esquecer a promessa de não falar nisto. Ela partiu para Paris, não aguentou.»
 
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 48
«Tornei-me perito na arte de destruir os sentimentos na altura exacta em que a vontade desempenha papel decisivo no amor; no momento em que, à beira da paixão, ainda estamos livres e conscientes para retrocedermos ou nos abandonarmos.»
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 48

«...Mas eu perdi a fé nas pessoas, ou, antes, na possibilidade de agradar a alguém.»

 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 47

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Janine

 
«Janine será, até morrer, o tipo da mulher que sabe tudo, repete o que ouve só para parecer distinta, dá opiniões sobre todos os assuntos, sem compreender nenhum.»
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 39
«Quando sentem os filhos preocupados, as mães obstinam-se em os fazer comer à força, como se isso os ajudasse. Ele descompunha-te, como eu, em tempos, descompunha minha mãe.»
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 39
«Então, começaram os anos de gestações, de acidentes, de partos, que me forneciam mais pretextos que os necessários para me afastar de ti. Afundei-me numa vida de desordens secretas. Muito secretas, porque começava a ser conhecido como advogado. «O negócio corria bem», como dizia minha mãe, e a mim interessava-me salvar as aparências. Adquiri os meus hábitos; tinha as minhas horas. O devasso, numa cidade da província, acaba por adquirir a astúcia e o instinto dos animais de caça. Descansa, Isa, evitarei tudo quanto te faça sofrer. Não tenhas receio que te descreva o inferno onde quase todos os dias eu descia. Foste tu que para lá me atiraste; tu, que dele me tinhas salvo.»
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 37

Às vezes, gemia na escuridão e tu não acordavas.

      «A meio da noite, o meu sofrimento despertava-me. Estava preso a ti, como a raposa na armadilha. (...) Eu não era um monstro. A primeira rapariga que me conhecesse e me tivesse amado teria feito de mim tudo quanto quisesse.» Às vezes, gemia na escuridão e tu não acordavas.»
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 37
 
«Tu estavas à janela, de cabeça inclinada. Com uma das mãos seguravas o cabelo; com a outra, escovava-lo. Não me viste. Olhei-te um instante, possuído de um ódio cujo sabor amargo ainda hoje sinto na boca, passados tantos anos.»
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 36

Sucumbo sempre à facilidade do silêncio.

«O meu coração (choca-te, eu falar no meu coração?), pois o meu coração esteve prestes a estalar. Só me vieram aos lábios palavras hesitantes...Por onde começar? Sucumbo sempre à facilidade do silêncio.»
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 36
«Contemplei a minha imagem como se fosse outro, ou, antes, como se tivesse voltado a ser eu próprio: o homem que ninguém amou, por quem ninguém no mundo sofreu.»
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 35

«O que eu pretendia ouvir da tua boca não o sabia já?»

François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 35

«Nem de longe pressentiste quão profunda era a minha dor, mas preocupou-te o meu silêncio.»

François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 34

Não amava, deixava-se amar.

    «Repetiste-me várias vezes que não estavas arrependida. Contendo a respiração, deixei-te falar. Garantiste-me que não terias sido feliz com esse Rodolfo. Era bonito de mais. Não amava, deixava-se amar. Qualquer outra mulher ter-to-ia roubado facilmente.»



François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 33
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