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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

«O cinto da castidade com horríveis dentes eriçados.»


Czeslaw Milosz e Wislawa Szymborska. Alguns gostam de poesia. Selecção, instrodução e tradução do polaco Elzbieta Milewska e Sérgio das Neves. Cavalo de Ferro, Lisboa, 1ª ed. 2004., p. 79

Deitava-me nu junto ao mar
Nas ilhas desertas.

Arrastava-me para o pélago
A baleia branca do mundo.

E agora não sei
O que foi verdade.



Czeslaw Milosz e Wislawa Szymborska. Alguns gostam de poesia. Selecção, instrodução e tradução do polaco Elzbieta Milewska e Sérgio das Neves. Cavalo de Ferro, Lisboa, 1ª ed. 2004., p. 67

A tua voz

Maldiz a morte. É-nos injustamente dada.
Implora aos deuses por uma morte santa.
Quem és tu? Um pouco de ambição, de desejo e de sonhos
que não merece o castigo da agonia prolongada.
Só não sei o que podes fazer sozinho com a morte dos outros:
das crianças envoltas em chamas, das mulheres baleadas,
dos soldados feitos cegos
e que agonizam dias e dias, aqui e agora, ao teu lado.
Sem abrigo é a tua piedade, muda é a tua voz
e temes a sentença porque nada pudeste fazer.



Czeslaw Milosz e Wislawa Szymborska. Alguns gostam de poesia. Selecção, instrodução e tradução do polaco Elzbieta Milewska e Sérgio das Neves. Cavalo de Ferro, Lisboa, 1ª ed. 2004., p. 53
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